2011-09-01

o lado de fora

Um dia, minha esposa perguntou-me, um pouco perplexa, se ela não seria um motivo para ter sido citada neste blog.

Eu expliquei, inocentemente, que eu escrevo sobre coisas do mundo lá fora, não necessariamente sobre o que está acontecendo tão perto de mim. Mas, há exceções, com certeza.

Incontinenti, ela levantou-se da cadeira, saiu de casa, e lá de fora, gritou: e agora, eu seria um motivo?

Prontamente! Cativou-me por completo a idéia!

O universo feminino, planeta vênus, quente, úmido, misterioso, todos os dias está se mostrando para nós, no céu. Nossa linda estrela dalva, nada mais é do que este feminino planeta em nossas considerações, se mostrando brilhando supremo, tentando superar e muitas vezes conseguindo, o brilho da companheira lua.

As mulheres tem esta tendência: manifestar-se em seu brilho e resplendor, como se desfilando diariamente nas passarelas da sapucaí. Nada menos. Tem que ser em carnaval, milhares de refletores e sob os aplausos de todos. É uma necessidade orgânica. Um peso dos hormônios. Cada mulher tem que ser a Estrela de seu parceiro o qual, ofuscado, deve tê-la em local muito especial.

Não vou identificar as melhores formas de se respeitar e de se considerar especial o ser-mulher que nos acompanha, não é o escopo deste texto. Vou relevar apenas que devemos ter sempre, uma sobra de encanto, uma reserva emocional de elogios para as horas inesperadas e de grande efeito.

Amo minha mulher, principalmente, pela estranha paciência que ela me dedica. Nunca posso ter certeza de que a calma do vulcão é definitiva. Apenas digo que consigo, como todo homem, andar pela corda bamba, pois o coração e cabeça de mulher, é território muito estranho e sempre inexplorado.

Viva Elas que nos iludem (no bom sentido), não percebemos e somos felizes!

2011-07-14

O bolso exposto

Ultimamente, percebi que algumas pessoas estão usando uma bermuda com os bolsos aparentes e vazios.

No início, estranhei. Era algo de se estranhar, pois parecia que a bermuda foi encurtada e esqueceram de fazer o mesmo com os bolsos.

Bem, analisando sob outros aspectos, percebi que:

1. Desrespeito: Houve quem se manifesta-se contra o ato de mostrar os bolsos, puxando seu forro para fora da calça. Era um símbolo evidente que a pessoa nada neles tinha, mas, por outro lado, andar com os bolsos de fora era considerado ofensivo, algo como não estou nem aí, de hoje em dia.

2. Economia Forçada: um bolso desta forma seria uma evidente forma de mostrar a todos que a pessoa está sem nada a esconder, até seus próprios bolsos estão expostos... Sua imagem sugere isso, se corresponde à verdade...

3. Segurança: o novo, o atual, o mais recente... Amigos, é claro: uma pessoa que circule pelas nossas ruas repletas de ansiedades e violências (uma pena, mesmo) só pode ficar tranquila se mostrar, sem mais nem menos, que seus bolsos estão vazios, indicando ao provável interessado nos prováveis conteúdos, que nada tem para "colaborar". Isto afastaria aqueles que procuram algo fácil e com algum retorno financeiro. Porém, para os que são fanáticos, uma pessoa não disposta a "colaborar", corre riscos adicionais!

Assim, recomendo que você ande com seus bolsos à mostra, porém, deixe ver que algo existe neles, algo que você poderá compartilhar com alguém, de forma expontânea ou forçadamente expontânea e assim, garantir um dia a mais neste nosso adorável calvário.

2011-01-18

a des-atenção e a felicidade

Certo domingo saí para fazer as famosas compras de última hora (quem ainda não fez isso?). Quiz o destino me permitir visualizar uma situação singular. Ao chegar a uma grande e espaçosa avenida, vi que vários homens, alguns com seus filhos, estavam se divertindo empinando pipas, papagaiois, curriolas, estas coisas. No mesmo instante, fruto do mesmo destino brincalhão, um camaro branco, zerado, passava pela frente de todo mundo, desfilando a 10 km por hora, como a exibir-se em toda a sua boabolice (como disse um panda simpático...). O que é um absoluto objeto de desejo, de repente, torna-se completamente transparente. Ninguém, além deste escritor, estava vendo o carro passar. A felicidade é algo tão simples e se manifesta de tantas formas. A percepção deste paralelo entre a felicidade de ver algo tão belo no ar e no chão só pode ser compartilhado por quem lerá este texto. Quem foi mais feliz naquele momento? Todos, sem distinção.